quinta-feira, 18 de agosto de 2011


A Tigela de Madeira

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Um senhor de idade foi morar com o seu filho, a nora e o netinho de quatro anos de idade.
As mãos do idoso eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa.
Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam
na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
Quando pegava o copo, o leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça…
“Precisamos tomar uma providência com respeito ao papá”,
disse o filho.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.
Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família
fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos,
sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando o netinho olhava para o avô sentado ali sozinho,
às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos.
Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas
quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão……
O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Então, ele perguntou delicadamente à criança: “O que é que estás a fazer?”
O menino respondeu docemente:
“Ah, estou a fazer uma tigela de madeira para si e a mamã comerem,
quando eu crescer.”
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho!.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.
Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.
Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias
ele comeu todas as refeições com a família.
E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, ou o leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça,

ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.

Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com três coisas:

um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de natal

que se embaraçaram……

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pessoas amigáveis vivem mais, revela estudo



Pesquisa realizada pela Universidade de Brigham Young, nos Estados Unidos, traz uma boa notícia para aqueles que não dispensam qualquer tipo de amizade: pessoas que vivem rodeadas de amigos e vizinhos podem viver até 50% mais do que quem vive isolado.

A pesquisadora ressalta que tomar conta de outras pessoas os leva a cuidar melhor de nós mesmos. “Isso acontece porque quando alguém está conectado a um grupo e se sente responsável por outras pessoas acaba fazendo com que ele tome cota de si mesmo e assuma menos riscos”, explicou Julianne Holt-Lustand.

Para os pesquisadores, perder o apoio social pode diminuir ainda mais as chances de sobrevivência do que a obesidade ou sedentarismo. Através da análise de 300 mil pessoas nos quatro continentes em um período de sete anos, aqueles com redes sociais mais fortes se saíram melhor em resultados de saúde e expectativa de vida. A probabilidade de essas pessoas estarem vivas em qualquer idade era quase 50% maior do que daqueles considerados solitários.

O estudo incluiu pessoas de todas as idades, sem levar em conta o estado de saúde inicial dos pesquisados. Outro pesquisador do estudo, Timothy Smith, informou ainda que o bons relacionamentos fornecem um nível de proteção a todas as idades. Ele alerta, no entanto, que os aparatos modernos e a tecnologia podem levar algumas pessoas a pensar que redes sociais face a face ao são mais necessárias. Porém, a interação constante é sempre necessária e precisa ser feita de todas as formas, tanto por meio de redes sociais como por meio de conversas.

Smith acrescentou que a iteração constante não é apenas um benefício psicológico, mas influencia diretamente na saúde física e mental. Assim, para fortalecer a amizade, a convivência é fator-chave. Por isso, laços que se formam na adolescência tendem a ser mais duradouros. Esta fase, além de transformações profundas, os jovens experimentam situações inéditas, em que o apoio dos amigos é fundamental.

Como fazer mais amigos

Sabendo que o cérebro reconhece e aceita iguais como amigos, se você quer fazer novas amizades e se sente intimidado por não saber como, experimente utilizar as sugestões a seguir:

1 - Decida fazer novas amizades, depois observe discretamente a pessoa que você quer estabelecer uma relação;

2 - Observe como ela se movimenta. Seus gestos são mais contidos ou extrovertidos? Qual é o seu tom de voz, baixo ou alto? Para onde olha enquanto fala? Observe como essa pessoa respira. Qual é o assunto do seu interesse?

3 - Estabeleça uma relação utilizando uma linguagem corporal através do espelhamento. Exemplos: Se a pessoa estiver de braços cruzados respirando de uma determinada maneira, faça o mesmo. Ao iniciar um diálogo procure ouvir com atenção para responder e utilize a mesma linguagem e tom de voz. Siga a conversa respeitando o pensamento do outro, demonstrando interesse e, se possível, até respirando de forma semelhante.

Claudia Simao

O Alzheimer , escrito pelo paciente


Sou médico aposentado e professor de medicina. E tenho Alzheimer.

Antes do meu diagnóstico, estava familiarizado com a doença, tratando pacientes com Alzheimer durante anos. Mas demorei para suspeitar da minha própria aflição.

Hoje, sabendo que tenho a doença, consegui determinar quando ela começou, há 10 anos, quando estava com 76. Eu presidia um programa mensal de palestras sobre ética médica e conhecia a maior parte dos oradores. Mas, de repente, precisei recorrer ao material que já estava preparado para fazer as apresentações. Comecei então a esquecer nomes, mas nunca as fisionomias. Esses lapsos são comuns em pessoas idosas, de modo que não me preocupei.

Nos anos seguintes, submeti-me a uma cirurgia das coronárias e mais tarde tive dois pequenos derrames cerebrais. Meu neurologista atribuiu os meus problemas a esses derrames, mas minha mente continuou a deteriorar. O golpe final foi há um ano, quando estava recebendo uma menção honrosa no hospital onde trabalhava. Levantei-me para agradecer e não consegui dizer uma palavra sequer.

Minha mulher insistiu para eu consultar um médico. Meu clínico-geral realizou uma série de testes de memória em seu consultório e pediu depois uma tomografia PET, que diagnostica a doença com 95% de precisão. Comecei a ser medicado com Aricept, que tem muitos efeitos colaterais. Eu me ressenti de dois deles: diarréia e perda de apetite.

Meu médico insistiu para eu continuar. Os efeitos colaterais desapareceram e comecei a tomar mais um medicamento, Namenda.Esses remédios, em muitos pacientes, não surtem nenhum efeito. Fui um dos raros felizardos.

Em dois meses, senti-me muito melhor e hoje quase voltei ao normal. Demoramos muito tempo para compreender essa doença desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido.

Hoje sabemos que esse material é o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Hoje, há alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células.

No entanto, as placas de amiloide podem ser detectadas apenas numa autópsia, de modo que são associadas apenas com pessoas que desenvolveram plenamente a doença. Não sabemos se esses são os primeiros indicadores biológicos da doença.

Mas há muitas coisas que aprendemos. A partir da minha melhora, passei a fazer uma lista de insights que gostaria de compartilhar com outras pessoas que enfrentam problemas de memória: tenha sempre consigo um caderninho de notas e escreva o que deseja lembrar mais tarde.

Quando não conseguir lembrar de um nome, peça para que a pessoa o repita e então escreva. Leia livros. Faça caminhadas. Dedique-se ao desenho e à pintura.

Pratique jardinagem. Faça quebra-cabeças e jogos. Experimente coisas novas. Organize o seu dia. Adote uma dieta saudável, que inclua peixe duas vezes por semana, frutas e legumes e vegetais, ácidos graxos ômega 3.

Não se afaste dos amigos e da sua família. É um conselho que aprendi a duras penas. Temendo que as pessoas se apiedassem de mim, procurei manter a minha doença em segredo e isso significou me afastar das pessoas que eu amava. Mas agora me sinto gratificado ao ver como as pessoas são tolerantes e como desejam ajudar.

A doença afeta 1 a cada 8 pessoas com mais de 65 anos e quase a metade dos que têm mais de 85. A previsão é de que o número de pessoas com Alzheimer nos EUA dobre até 2030.

Sei que, como qualquer outro ser humano, um dia vou morrer. Assim, certifiquei-me dos documentos que necessitava examinar e assinar enquanto ainda estou capaz e desperto, coisas como deixar recomendações por escrito ou uma ordem para desligar os aparelhos quando não houver chance de recuperação. Procurei assegurar que aqueles que amo saibam dos meus desejos. Quando não souber mais quem sou, não reconhecer mais as pessoas ou estiver incapacitado, sem nenhuma chance de melhora, quero apenas consolo e cuidados paliativos.

ARTHUR RIVIN FOI CLÍNICO-GERAL E É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA


Fonte: Arthur Rivin - O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A importância da Intergeracionalidade

As relações geracionais são de suma importância para todos os indivíduos pois, sendo o envelhecimento um processo inexorável, devemos encará-lo com naturalidade. Assim, ao entender isto, contribuiremos para sua melhor aceitação, pois não o associaremos a algo negativo, inerente as mudanças fisiológicas; e poderemos evitar sofrimentos de diversas ordens, pois manter o corpo "jovem" é quase impossível sem intervenções externas que acabam por aprisionar e maltratar este corpo e, por que não dizer, a mente.
Qualidade de vida num conceito amplo é o acesso a todas as condições que permitam ao individuo viver com condições dignas, tanto em termos de saúde quanto em aspectos físico-econômicos. Falar em qualidade de vida específica do idoso é reforçar a fragmentação da vida em etapas (infância, pré-adolescência, adolescência, idade adulta e velhice), pois ela deveria estar presente em todas as fases da vida e não ter ênfase apenas em algum momento do processo; o mesmo deveria acontecer com relação aos direitos dos cidadãos que estariam intrínsecos, não sendo necessário assim a existência de estatutos ou leis específicos para a proteção da criança e do idoso, por exemplo. Entendemos que é desta forma que acontece o reforço das diferenças, dos estigmas e dos preconceitos. Como seres humanos que coabitam um mundo de igualdades, que ainda hoje não podem ser vivenciadas na prática, almejamos que o sistema educacional utilize a intergeracionalidade como meio para que possamos ter um mundo mais justo.


Claudia  Simão
Uma Questão de Direito 


Não é de hoje que se vem discutindo a criação de uma política nacional que venha regulamentar e garantir os direitos dos idosos. Além de um isolamento afetivo, a situação da maioria dos idosos, no Brasil, é de exclusão financeira e social, produto do descaso da sociedade e da falta de uma política governamental efetiva.

Com certeza não se trata de uma tarefa fácil. Há bem pouco tempo, a expectativa de vida da população brasileira não passava dos sessenta e cinco anos, de modo que os conhecimentos médicos, psicológicos e sociais a respeito dessa fase da vida são poucos ou, pelo menos, muito recentes. Mas esse não é o principal problema.

A verdade é que fala-se muito e age-se muito pouco. Todos concordam quanto à necessidade de investimentos em uma maior qualidade de vida para a terceira idade. Entretanto, enquanto se questiona quem é o verdadeiro responsável, em um interminável jogo de empurra, quase nada é feito na prática.

O que precisa ficar entendido é que o envelhecimento faz parte da vida. Portanto, cabe a mim e a você , entender essas questões. Existem muitas funções importantes para as quais a sabedoria e a experiência acumulada com os anos podem ser de grande valor.  .

Em primeiro lugar, precisa de acesso fácil e rápido a uma assistência médica especializada e de qualidade, sem que, para isso, necessite de planos de saúde caríssimos, que não cobrem todas as especialidades e tratamentos.

Além disso, são urgentes algumas adaptações e modificações arquitetônicas que possibilitem uma movimentação mais fácil e segura.

Isso sem falar em moradia e alimentação adequadas, que são direito de qualquer cidadão, mas ainda não fazem parte da realidade de uma parcela expressiva da terceira idade brasileira, condenada a viver com uma aposentadoria muito abaixo do mínimo necessário para se viver dignamente.

Está na hora de mudar. E parte da responsabilidade deve ser dos próprios idosos que precisam, o mais rápido possível, tomar consciência de sua força e importância e buscar seus direitos.

Cada etapa da nossa vida, não deve ser descartada. Portanto, cabe a mim destacar através desse artigo, nossa  trajetória  rumo  a novos desafios , conscientizando-nos dos nossos deveres e direitos como cidadãos.


Com carinho,

Claudia Simao

Através das relações intergeracionais e a reconstrução do Estado do Bem-Estar
Social no Brasil, nos parâmetros de uma sociedade contemporânea, ressaltando, não somente a QV (Qualidade de Vida), mas vínculos que devem serem formados, através de uma rede , que visa uma proposta nova para o empreendedor, família , sociedade levando-se em consideração o envelhecimento populacional através de uma visão holística.
A CUIDARE ofereçe, portanto, os Seminários, Fóruns, Palestras , Cursos , enfim ; que estão ligados às demandas da nossa população brasileira, levando-se em consideração esse foco, numa visão mundial .

CONFIRA , PARTICIPE E DÊ SUGESTÕES.


A CUIDARE OFEREÇE SEUS TRABALHOS EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL

ENTRE EM CONTATO!

OBRIGADA,

Cláudia Simão