domingo, 26 de junho de 2011

É lamentável olhar pra nossa sociedade e constatar que, hoje, precisamos de leis para tentar garantir pequenos direitos.  Benefícios que dependem tão somente da boa vontade e educação do outro. Dentre os vários, que poderíamos elencar aqui, quero refletir sobre a situação dos idosos nos transportes coletivos.
São humilhantes as situações vividas, cotidianamente, pelos idosos, em nosso país, que necessitam utilizar-se do serviço de transporte coletivo urbano.
A humilhação começa com o momento da espera nos pontos de paradas – que muitas vezes muitos motoristas não param o ônibus se virem um idoso sozinho; ou quando nos microônibus são proibidos de entrarem simplesmente porque a cota de passes já fora cumprida – perpassa pelo desrespeito e descaso dos condutores que não esperam esses idosos se acomodarem, arrastando o veículo bruscamente provocando tombos, ou, então, soltam-lhes piadas e insultos.
Essa situação agrava-se, ainda mais, com a má educação da grande maioria dos passageiros por dois motivos distintos: primeiro pelos que, fazendo uso indevido de um lugar, não dão a mínima para essas cansadas vidas – que tem que fazer malabarismo para sobreviver a uma viagem; segundo por aqueles que estão indiferentes à situação que está ocorrendo ao seu lado – agindo naturalmente como se tudo aquilo fosse normal ou como se não tivesse nada a ver com problema.



Afinal de conta, de quem é mesmo o problema?
Lembro-me da minha infância [e olha que não faz tanto tempo assim]. Bastava entrar no ônibus alguém mais velho, e não estou falando necessariamente um idoso, pra minha mãe logo me puxar para o colo dela. Confesso que aquilo era o mesmo que enfiar uma espada em meu coração ou arrancá-lo com as mãos. Eu odiava com toda minha força. Pois, tinha que entregar o meu lugar, normalmente à janela – criança tem um amor platônico por esse lugar – onde eu ficava a escolher qual dos carros que estava passando seria meu, para qualquer desconhecido.
Mas eu fui educado assim. A minha geração foi educada dessa forma. A geração dos nossos pais foi educada da mesma maneira e as dos nossos avôs também. As pessoas eram bem mais gentis e cordiais. A educação, realmente, era algo que vinha de berço.


Fico indignado quando sou forçado a presenciar situações como essas. Será que os infelizes dos motoristas dos transportes coletivos urbanos – não agravando a todos – não lembram que tem mãe e que certamente um dia estará na mesma condição?! E aqueles também infelizes, que vêem suas crianças ocuparem um lugar deixando um idoso em pé, será que não imagina que amanhã ele (a) poderá estar do outro lado da situação?! E o que dizer dos miseráveis que se apropriam dos lugares reservados e ladram como cães sarnentos, juntos a lixo espalhado, quando os de direito chegam pra fazer uso do lugar?!
Que educação está recebendo essas crianças? E que tipo de cidadãos se tornarão?
Parece irônico o fato de começar essa reflexão falando dos idosos e concluí-la com interrogativas sobre as nossas crianças.  Mas, na verdade, existe uma, certa, simetria entre elas.(Cello Reed)

Todo mundo está pensando em deixar um planeta melhor para nossos filhos… 
Quando é que se ‘pensará’ em deixar filhos melhores para o nosso planeta?

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